Vivemos no Algarve uma seca prolongada que resulta de uma diminuição significativa da precipitação registada na região (seca meteorológica) e da redução dos níveis de armazenamento das reservas de água, em albufeiras ou aquíferos (seca hidrológica).
As medidas estruturais previstas no Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, em execução ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, trarão resiliência hídrica significativa à região a partir de 2026, mas o contexto atual exige uma resposta imediata.
Estamos em situação de alerta. Os níveis de armazenamento atuais de água são muito baixos. Se o consumo se mantiver inalterado, as reservas hídricas disponíveis serão insuficientes e poderemos chegar a uma situação grave de rutura no fornecimento de água para consumo humano na região.
Para fazer face a esta situação, o Governo aprovou medidas imediatas de contingência, de caracter temporário, para diminuir a procura de água (Resolução do Conselho de Ministros 26a). O objetivo é conseguir uma redução de, pelo menos, 15% no volume de água consumido pelo setor urbano (incluindo usos domésticos e não domésticos e o setor do turismo), 25% no setor agrícola e 18% no setor do golfe, em comparação com os volumes consumidos no período homologo de 2023.
Sendo complementares entre si, estas medidas envolvem todos os utilizadores atuais de água da região, estando salvaguardada a prioridade do consumo urbano (em particular, do consumo doméstico, como estipulado pela Lei da Água), e visam garantir a disponibilidade de água para usos urbanos essenciais, para a sobrevivência das culturas agrícolas perenes e de árvores de caracter singular ou monumental e para o desenvolvimento de atividades turísticas essenciais para a atividade economia na região.
Todas as medidas em causa são necessárias para garantir que se afasta a possibilidade de rutura no sistema de abastecimento de água para consumo humano e que a região do Algarve mantém reservas disponíveis para enfrentar consumos mínimos prioritários no final do ano de 2024.
Para a redução dos 15% indicados na Resolução de Conselho de Ministros (RCM), foi decisão da Administração da Taviraverde, seguir a recomendação da mesma Resolução no que respeita à suspensão da rega dos espaços públicos com água potável e do fornecimento de água aos 2ºs contadores (rega e rega com piscina).
Como podemos ver no gráfico, a eliminação destes consumos corresponde a 15% do consumo total em 2023.
Dado que no primeiro trimestre de 2024 não houve qualquer poupança de água, para cumprir a meta dos 15%, estimamos que é preciso reduzir apenas cerca de 5% mensais, em todos os outros tipos de consumidores.
Para assegurar o cumprimento da meta, será necessário um esforço conjunto de todos os consumidores.
De forma a facilitar o controlo de consumos individuais, a Taviraverde vai disponibilizar, a cada consumidor, uma relação dos consumos mensais máximos até final do ano e indicação da leitura que devem observar no contador em cada mês.
Exemplo para um contador tipo:
Mensalmente, iremos informar cada cliente, das diferenças de consumo em relação aos objetivos indicados a cada um, através de e-mail ou SMS.
Outra das medidas com influência na diminuição de consumos recomendada, é a diminuição de pressões na rede de distribuição.
Com o objetivo de testar a eficiência desde tipo de medida, estamos a proceder a reduções de pressão na rede, desde 30/01/2024, entre a meia-noite e as 06h da manhã, de forma faseada e de acordo com as zonas assinaladas no mapa (Áreas afetadas).
Esta redução de pressões não é possível ainda para a totalidade da rede de abastecimento. Iremos progressivamente estende-la à totalidade da rede à medida que formos desenvolvendo as obras necessárias para tal.